VIVAS, LIVRES E UNIDAS.

SE AS MULHERES PARAM O MUNDO PÁRA!

Companheiras e companheiros,

Entrámos num novo ano e com ele trazemos, novamente, o convite para construírem connosco a Greve Feminista Internacional marcada para o próximo dia 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres.

Rede 8 de Março é uma plataforma nacional que reúne coletivos, associações, partidos e pessoas a título individual mobilizadas na construção da Greve Feminista de 8 de Março de 2020 em Portugal. Já integram esta rede colaborativa os núcleos de Amarante, Aveiro, Braga, Coimbra, Covilhã, Évora, Faro, Fundão, Lisboa, Ponta Delgada, Porto, Vila Real e Viseu. O ano passado juntámos 30 mil pessoas nas manifestações deste dia, por todo o país.

A Greve Feminista é uma proposta feita pelo movimento feminista internacional, que convoca uma greve de mulheres como forma de protesto e revolta face às situações de precariedade e violência que perpassam as nossas vidas. Tem a sua origem no apelo feito pelas mulheres argentinas contra a brutalidade dos femicídios e das violências machistas, uma resposta ao grito “ni una menos, vivas nos queremos”, apelo que se espalhou como um rastilho de pólvora por vários países, tendo, em 2017, a convocatória passado a abranger todo o planeta. O seu âmbito internacional tem que ver com o caráter estrutural dos problemas que enfrentamos, as manifestações de opressão derivadas do capitalismo nesta fase neoliberal e a sua vinculação com o patriarcado, tendo sempre em conta as particularidades de como este se manifesta em cada contexto social, cultural e político. Além do seu caráter internacional, há um aspeto muito importante a salientar: a Greve Feminista é uma greve social. Põe no centro a realidade das mulheres, para perceber o significado do conceito “trabalho” – que é diferente de emprego – na vida concreta. Sendo também uma greve laboral, uma greve ao trabalho remunerado, é uma greve que transcende o sentido tradicional, porque se estende ao âmbito da reprodução social, aos trabalhos invisibilizados dos cuidados e domésticos que as mulheres realizam. Pretende ir ainda mais longe e estabelecer pontes com o movimento estudantil, porque é preciso combater as praxes e conhecer a outra parte da história. É também uma greve ao consumo, porque estamos fartas da mercantilização e objetificação dos nossos corpos, de sermos tratadas como consumidoras e não como cidadãs.

Aproxima-se o dia 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres. Vamos estar nas ruas a denunciar a desigualdade salarial e a cultura machista, a defender o direito a viver. Em nome das que foram assassinadas, lado a lado com as sobreviventes – vivas, livres e unidas. Somos muitas, somos diversas, somamos razões.

Apelamos a todos os coletivos, associações, sindicatos, organizações políticas, instituições, pessoas em nome individual que se juntem à Greve Feminista Internacional, através da subscrição do Manifesto “Vivas, Livres e Unidas” (em anexo) e/ou da convocação e participação nas concentrações e manifestações que vão acontecer em várias cidades do país.

Para subscrever o manifesto, basta enviar um e-mail para rede8marco@gmail.com.

Todas as lutas se somam, porque todas elas se reclamam umas às outras!.

greve-organizadoras